Quando alguém elogia Sebastian Vettel, encontra a sua volta
pelo menos uma pessoa que vai rebater: “mas Alonso seria mais rápido com o
mesmo carro”. Com todo respeito ao “Señor Fernando”, mas depois do último GP da
Alemanha chegou a hora de dar um basta neste exercício de faz-de-conta. É
impossível pilotar de maneira mais perfeito do que Vettel está fazendo nesta
temporada.
Não só por ele ter vencido finalmente em seu país e, pela
primeira vez na carreira, no mês de julho. Vettel venceu neste ano cada corrida
em que a Red Bull tinha o melhor carro. E tirou o máximo das provas em que o
RB9 não era o melhor carro. Não fosse o infortúnio com o câmbio em Silverstone,
ele já teria quase 60 pontos de vantagem. E venceu em Nürburgring, apesar da
Lotus ter o melhor carro para as condições.
Apenas o azar pode impedir que ele ganhe seu quarto título
mundial em série, com apenas 26 anos de idade - é, com o melhor carro ou não,
um dos grandes feitos na história do esporte. Ele está no topo de suas
habilidades: jovial, experiente, infalível. É natural que com o sucesso ele
tenha perdido em inocência e amabilidade, suas expressões faciais se tornaram
mais duras e ele não é mais o “queridinho” de todos - pelo contrário. Mas ele
merece algumas coisas: respeito, reconhecimento e valorização. Ele não é um
superstar 1B, mas o campeão 1A. Possivelmente, um Schumacher melhorado.
Gerald Enzinger é editor-chefe do semanário esportivo austríaco SportWoche.